A requalificação da Rua 14 de Julho é muito mais do que novo piso, paisagismo, mobiliário ou a retirada dos fios de energia e o embutimento da rede. A via renasce com um conceito diferenciado, o do trânsito calmo, visto em grandes centros, que já priorizam o pedestre ao invés dos automóveis.

Pensadas para disseminar a cultura de respeito aos pedestres, as Áreas de Trânsito Calmo que existem em Fortaleza, no Ceará, desde 2017, incluem faixa elevada para pedestres, redução do limite de velocidade para 30 km/h, calçadas mais largas e placas educativas.

Em São Paulo, a Prefeitura discute a implementação do Plano de Segurança Viário, que tem entre as ações a criação das chamadas “áreas calmas”, locais em que rotatórias, lombadas, faixas de pedestre, calçadas e placas permitem redução da velocidade dos carros, combatendo atropelamentos – a principal causa de morte no trânsito.

Em Campo Grande, a Rua 14 de Julho será a primeira via no Centro da cidade a adotar o conceito de trânsito calmo, conforme prevê o Programa Reviva Campo Grande. Isso significa que, além da infraestrutura, a requalificação pretende “apelar” para a consciência do motorista, contribuindo para a redução no número de acidentes na principal rua de comércio da área central. Com faixas elevadas para pedestres e calçadas mais largas, a 14 também terá o limite de velocidade diminuído.

Lançado nesta terça-feira, o Movimento Internacional Maio Amarelo, que busca chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo, traz como tema “No trânsito, o sentido é a vida”. Números levantados pela Agência Municipal de Trânsito mostram que, desde que o Movimento chegou a Campo Grande, em 2015, até o ano passado, foram registrados 132 acidentes de trânsito só na Rua 14 de Julho.

Mais calma, menos mortes

O principal objetivo do trânsito calmo é reduzir mortes e acidentes. Além disso, o conceito prevê a humanização do espaço urbano, aumentando a percepção de segurança e estimulando a convivência cidadã. Entre os benefícios das áreas de trânsito calmo estão:

– Mais conforto e segurança para os pedestres;

– Melhoria nas condições de deslocamento para pessoas com mobilidade reduzida;

– Maior visibilidade dos condutores e pedestres nas interseções;

– Melhoria da qualidade de vida e estímulo à vida urbana e aos serviços do entorno;

– Melhoria da convivência no trânsito;

– Aumento do espaço para caminhadas, ciclismo e lazer;

– Redução da poluição sonora e do ar.