Além de garantir sem custo o almoço para os quase mil jovens assistidos pelo Instituto Mirim de Campo Grande (IMCG), que antes precisavam pagar pela refeição, a entidade dá mais um passo na busca de tornar o serviço mais eficiente e, no mês de julho, fará a transferência da estrutura da unidade Carandá para a sede do instituto, na região central, visando principalmente facilitar a assistência aos jovens.

O prédio utilizado desde 2009 pelo Instituto Mirim no Bairro Carandá Bosque (Rua Usi Tomi) possui 32 salas de aula, sendo que a entidade ocupa apenas cinco dessas salas e uma pequena parte da estrutura física do prédio – que é de propriedade do município-, o que corresponde a 20%. “Com o dinheiro público não pode haver desperdício”, pondera a presidente do Instituto Mirim, Mairy Batista de Souza.

Ela explica que a sede do IMCG (localizado na Rua Anhanduí – anexo ao Horto) possui dez salas de aula, sendo que apenas cinco são utilizadas para as aulas e as demais, que hoje recebem atividades extras, estão disponíveis para atender a demanda de 250 jovens que estudam na unidade Carandá, sendo 125 por período.

O projeto para unificar as unidades segue um planejamento, que inclui a transferência da estrutura somente após o encerramento do curso de qualificação em andamento, que termina no final de junho. A entidade lembra que não haverá transferência de alunos, já que uma nova turma iniciará o curso no segundo semestre.

_MAG7899A presidente do instituto explica que todas as atividades culturais e recreativas realizadas pelo Instituto Mirim sempre acontecem na sede da entidade (centro), que possui quadra coberta e auditório, além de biblioteca, salas de informática, cozinha ampla, refeitório, entre outros setores.

Outro fator que levou a entidade a realizar a mudança foi a questão do almoço. A refeição, que é produzida na cozinha da sede da entidade, precisa ser transportada para quase 200 alunos.

Até o ano passado, menos de 200 jovens no total faziam a adesão ao almoço na entidade, já que a refeição era cobrada com desconto de 5% do valor do salário mínimo, na folha de pagamento do jovem. “A nova diretoria, em consonância com a prefeitura, entende que cobrar essa refeição é incompatível com a missão da entidade, que realiza um trabalho assistencial. Hoje, são 670 refeições fornecidas diariamente, sem qualquer custo para os nossos jovens, e parte dessa refeição precisa ser transportada até o Carandá. Além do custo com combustível e compra de milhares de embalagens descartáveis, sabemos que a refeição, ao ser embalada, não oferece a mesma qualidade quando servida no local onde é produzida”, justifica a presidente.

Mairy relata ainda que existe uma grande demanda de jovens que ao serem destinados para a unidade do Carandá solicitam a mudança para o centro.

“Estou falando da maioria. O Carandá é considerado um bairro diferenciado, mais elitizado, o que conflita com uma entidade que atende jovens em situação de vulnerabilidade social. E ainda tem a dificuldade de acesso ao transporte público coletivo, que é um problema para grande parte do nosso público. No centro não existe esse problema”, considera Mairy, que lembra que os instrutores que ministram os cursos no Carandá são os mesmos da unidade centro. “Até mesmo para os funcionários se deslocarem fica mais difícil”.

A unidade Carandá emprega hoje seis funcionários, sendo quatro (04) para limpeza e serviços gerais, um (01) administrativo e um (01) coordenador. A entidade garantiu que esses trabalhadores terão seus empregos mantidos, sendo aproveitados na unidade centro.

Economia

Além de assegurar a funcionalidade dos serviços oferecidos pelo Instituto Mirim de Campo Grande, a medida vai gerar uma economia de cerca de R$ 31,8 mil mensais. Esse valor corresponde ao custo de manutenção gasto atualmente pelo IMCG naquela unidade, cerca de R$ 15 mil, e outros R$ 16,8 mil que serão economizados pelo município em aluguéis, já que o prédio, que é da prefeitura,  passará a abrigar a Sectur, o Arca e um depósito, que hoje funcionam em imóveis locados.

Sobre a mudança, o prefeito Marquinhos Trad reforça que não haverá prejuízos para a sociedade e para a entidade. “A mudança do prédio tem como objetivo economizar e na unidade centro cabe perfeitamente o número de pessoas e de funcionários que estão no Carandá, ainda com sobra. No Carandá não ocupa nem 20% do prédio. Não tem razão de manter duas unidades”, disse.

Atualmente, a Prefeitura desembolsa R$ 7,5 mil ao mês com o prédio da Sectur, mais R$ 5 mil ao mês como da ARCA e R$ 4,3 mil com o do depósito.

Sobre o IMCG

Fundado em 1982, o Instituto Mirim de Campo Grande é uma entidade civil, sem fins lucrativos, e tem como objetivo preparar adolescentes para o primeiro emprego. Atualmente existem mil adolescentes, de 15 a 17 anos, inseridos no mercado de trabalho. Outros mil jovens estudam nas duas unidades do IMCG.

A equipe de profissionais é composta por professores, psicólogos, dentistas, médicos, assistentes sociais e outros profissionais.