De Conceição dos Bugres até trabalhos em grafite que fazem a releitura das obras com temática bovina do artista plástico Humberto Espíndola, passando pelo cancioneiro popular sul-mato-grossense. Toda esta mistura cultural se une na 11ª edição do Festival de Arte e Cultura e na 15ª edição do Festival de Dança da Rede Municipal de Ensino (Reme), que foram abertas na noite desta segunda-feira (29) e prossegue até quarta-feira (31), no Teatro Glauce Rocha, na UFMS. O evento acontece nos períodos matutino, vespertino e noturno.

Já na entrada do teatro, o público se depara com a exposição de trabalhos produzidos pelos alunos da Reme, que fizeram releituras de obras de diversos artistas do Estado. Óleo sobre tela, grafite, mosaico, colagens e esculturas foram algumas das técnicas utilizadas para revelar o olhar e a interpretação dos alunos da cultura de Mato Grosso do Sul.

No total, 86 professores trabalharam com 3.567 alunos, através dos projetos de Arte e Cultura, os conteúdos que resgatam e valorizam obras de artistas que são referência sul-mato-grossense, desde os clássicos até a contemporaneidade do grafite, que destaca profissionais como Alex Senna e Camila Pavanelli.

“Estamos muito felizes de ver todo esse empenho de vocês, que está refletido nos trabalhos apresentados. É um orgulho para os pais também, pois sabemos do envolvimento deles para que esse evento acontecesse”, ressaltou a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes.

Toda esta dedicação emocionou o músico Jerry Espíndola, que fez a abertura do evento. “Este trabalho que vocês desenvolvem nas escolas é muito importante para nós artistas, pois demonstra o respeito que vocês têm com nosso trabalho”, destacou.

Para o chefe da Divisão de Arte e Cultura, da Reme, Marcos Antônio Lopes, os festivais representam a culminância de todo trabalho desenvolvido nas unidades durante o ano. “É o momento mais importante para nossos profissionais e alunos, que trabalharam muito para chegar até aqui. Nesses três dias iremos ver grandes shows e revelar os talentos da Reme”, pontuou.

Mesmo sem pisar no palco, a aluna Luma Vitória de Almeida, do 8º ano não escondia a alegria de descobrir um talento que ela mesma desconhecia. Com as aulas da professora Maria Inês de Andrade, ela desenvolveu o prazer pela pintura ao participar do projeto onde os alunos escolheram, entre 12 artistas, aquele que iriam estudar e replicar o trabalho, sempre com um toque pessoal. “Gostei muito porque não ficamos presos nas cores utilizadas pelos artistas, pudemos retratar a obra deles do nosso jeito. Isso dá muita liberdade e estimula a criatividade”, afirmou.

Para a professora, estimular a crítica e a visão peculiar de cada um sobre obras de artistas como Humberto Espíndola, Lídia Baís, Isaac de Oliveira e Cleir foi gratificante. “O importante é que aprender por meio destes projetos, ajuda a memorizar o conteúdo porque eles ficam conhecendo os artistas de forma lúdica”, disse.

Na ponta dos pés

Após passar pela exposição, é o momento de se emocionar com os shows no palco do teatro que tem revelado talentos nas áreas de canto, dança, teatro e até arte circense. Um deles é o aluno Emanuel Nascimento, de 12 anos, que conquistou uma vaga no Balé Bolshoi do Brasil, graças a sua dedicação nas aulas de balé oferecidas pela Deac.

Emanuel fez uma apresentação ao lado da amiga Giovana Benites da Silva. A dupla fez um número baseado na peça “Copélia”, que também contou com alunos das escolas Elizabel Gomes Salles e Maestro João Correa Ribeiro. “Estou muito feliz. Às vezes acordo e acho que nada disso aconteceu. Acredito que esses projetos são importantes porque ocupam as crianças e incentivam elas a estudar mais e também a revelar seus talentos. O que aconteceu comigo pode acontecer com qualquer um”, ressaltou.

A mesma opinião é compartilhada pela dona de casa Joana D’arc Camargo, que não escondia a ansiedade de ver a filha Lara Beatriz se apresentar no coral da escola Danda Nunes. “Tem sido ótimo para ela. Além do canto, a Lara também faz ginástica. Acredito que estes projetos contribuem muito no desenvolvimento intelectual e emocional dos alunos”, disse.