Criado na Índia em 1870, mas adotado por militares britânicos, o badminton é um esporte que só passou a ser conhecido no Brasil a partir do início dos anos 90, quando foi criada a Confederação Brasileira de Badminton.

Semelhante ao tênis, já que utiliza raquetes e uma peteca no lugar da bola, a modalidade vem ganhando adeptos, especialmente no âmbito escolar, onde tem revelado talentos através de campeonatos escolares.

Em Campo Grande, o esporte chegou há dois anos e ainda é considerado uma novidade que vem despertando a curiosidade dos alunos. Para contribuir com a sua divulgação e ampliar a oferta de modalidades esportivas aos alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino), a Semed (Secretaria Municipal de Educação), através da Divisão de Esporte, Arte e Cultura, passou a oferecer o badminton em duas unidades da Rede, neste ano.

O sucesso tem sido tanto, que o total de alunos que praticam a modalidade  já passa dos 80. E, foi este público que levou famílias e amigos para prestigiarem o Mini Festival de Badminton no último sábado (23), na Arena do Horto Florestal. O evento reuniu crianças de seis a 11 anos, das escolas municipais Carlos Vilhalva Cristaldo e Adair de Oliveira, que disputaram a modalidade em trios, duplas e individual, nas categorias masculino e feminino.

De acordo com o professor Luiz Alberto Antunes, responsável pelo esporte na Reme, o festival foi o meio de apresentar o badminton à comunidade escolar e conquistar mais adeptos. “Nosso objetivo foi promover um congraçamento entre os alunos, por isso todos receberam  medalhas, mas estamos trabalhando para ampliar o esporte em nossas unidades”, disse.

Para o presidente da Federação de Badminton do Estado, Marco Aguilera, a escola é o meio para buscar novos adeptos, além do material barato e do prazer que o esporte proporciona. “Temos uma média de 60 a 70 atletas se destacando no estado e o interesse vem crescendo”, disse.

Talentos

Entre estes talentos está a aluna Gisele Rosa, de 15 anos, da Escola Municipal Adair de Oliveira. Destaque nos Jogos Escolares, conquistando medalha de bronze em 2017, Gisele conta que pratica a modalidade há dois anos. “Conheci o esporte na escola, através de uma competição. Não tive muitas dificuldade porque tive ótimos professores. O badminton mudou meu comportamento. Antes eu era ansiosa e agora consigo um equilíbrio maior. Também influenciou na disciplina”, revelou.

A melhora na disciplina também foi um ponto destacado pelo aluno Everton  Willian Rocha Silva, 14 anos, da Escola Municipal Carlos Vilhalva Cristaldo. Apesar das dificuldades do início, ele conta que a dedicação ajudou a superá-las. “Quero continuar treinando até quando estiver adulto. O esporte me trouxe mais amizades”, disse.

Para o chefe da Deac, Marcos Antonio Lopes, além dos estímulos psicomotores, o que os professores  devem também trabalhar nas modalidades são os aspectos afetivos em que os alunos compartilham momentos de respeito e solidariedade.

“Além da oportunidade de treinar, o esporte deve ser utilizado como um meio de socialização dentro da escola. O badminton  trabalha diferentes conhecimentos, movimentos e habilidades , que não são muito tradicionais na nossa cultura, o que deixa as aulas mais interessantes porque os alunos aprendem um pouco mais sobre outras culturas”, enfatizou Marcos.