Empresários do Grupo Inova Brasil, que tem como parceiros as empresas de Inovação Tecnológica Brave (Brasil Veículos Elétricos) e Imefy, empresa espanhola (fabricante  de equipamentos elétricos e equipamentos para usinas fotovoltaicas), se reuniram na tarde desta quarta-feira (18) com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, e o secretário adjunto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedesc), Fernando Pontalti, para discutir a possibilidade de implantar uma montadora de carros elétricos em Campo Grande, além de dar apoio aos projetos de fotovoltaicos e de redes de distribuição subterrâneas. A reunião foi solicitada pelo deputado estadual Paulo Corrêa.

A instalação deve movimentar toda a cadeia produtiva, gerando diversos empregos e trazendo tecnologia de ponta para a capital sul-mato-grossense. De acordo com os empresários, que têm negócios em toda a América Latina, eles se interessaram em vir para Campo Grande e não para outros municípios devido a forma que a cidade vem atuando quanto aos projetos de inovação tecnológica.

Humberto de Alencar Silva (Foto: Geronimo Interlandi)
Humberto de Alencar Silva (Foto: Geronimo Interlandi)

“Por causa da força política, empresarial e industrial que tem se mostrado arrojada em projetos de inovação tecnológica, energias renováveis de sustentabilidade, demonstrando grande esforço em desenvolver novos polos industriais. Outro ponto seria a iniciativa e apoio a geração fotovoltaica em Mato Grosso do Sul e a boa articulação entre o poder público, indústria e federação da indústria”, explicou o engenheiro de Produtos da Brave, Neriberto Pamplona.

O pesquisador da Universidade de São Paulo, Dr. Humberto A. P. Silva, que é consultor do Grupo Inova Brasil e dos parceiros internacionais, contou que já há plantas piloto da montadora Brave validada em São Paulo, e outros projetos de Inovação Tecnológica em Redes de Distribuição Subterrâneo, Fotovoltaico que utilizam as soluções nacionais em parceria com equipamentos de tecnologia de ponta dos parceiros internacionais em projetos em andamento em Minas Gerias (Uberlândia), Paraná (Curitiba) e Brasília.

“As cadeias produtivas de Inovação Tecnológica, como as que estão sendo propostas para Mato Grosso do Sul, não só atenderão ao estado, mas poderão ser exportadas para o restante do país e até para o Mercosul. O mais importante é que os atores estejam atuando em conjunto, e a gente encontrou isso aqui de forma diferenciada. As forças políticas, empresariais, as companhias elétricas estão com uma ação integrada”, frisou.

O prefeito Marquinhos Trad salientou que o município tem todo o interesse em receber o Grupo com a montadora de veículos elétricos e demais frentes de inovação tecnológica e desenvolver a indústria local. Contudo, é preciso passar pelos trâmites legais. “Para concretizar a implantação, o pedido de instalação da montadora deve passar pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (Codecon) e posteriormente pela Câmara Municipal para avaliar o projeto”, explicou.

Rota Bioceânica

O secretário adjunto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedesc) Fernando Pontalti, salientou que o projeto vem em consonância com o mote do estado, que é um estado ecológico e sustentável. “Temos um estado onde o grande diferencial é a ecologia. Temos o turismo voltado para isso com Bonito, Bodoquena e muitas outras cidades. Desenvolver soluções ecológicas é muito importante para nós”, afirmou.

 Eduardo Forteza (Foto: Geronimo Interlandi)
Eduardo Fortecha (Foto: Geronimo Interlandi)

Ele ainda se lembrou que Campo Grande logo será um porto seco, com a concretização da rota bioceânica, se tornando ainda mais atrativa por abrir caminho para o Oceano Pacífico.

“Nós conhecemos Campo Grande por meio do Grupo Inova Brasil e da assessoria do Dr. Humberto A P Silva, que nos recomendou a cidade devido a Rota Bioceânica e a possibilidade do porto seco, o que facilitaria muito as exportações para cá desde a Espanha de Equipamentos Elétricos necessários para a cadeia produtiva local de montagens dos Centros de Transformação utilizados nas usinas fotovoltaicas, além das soluções para Redes de Distribuição Subterrâneas com tecnologia ecosustentável com equipamentos de auto rendimento e com eficiência energética”, completou Eduardo Fontecha, presidente da Imefy.

Frota de veículos elétricos global

Segundo informações da Época Negócios, estudo recente da FGV Energia mostra que a frota mundial de elétricos e híbridos no ano passado era de 2 milhões de veículos para passageiros (exclui ônibus e motocicletas). A previsão é que até 2020 chegue a 13 milhões e, em 2030, a 140 milhões, ou 10% da frota total de carros.

No Brasil, desde 2011 foram vendidos 5,9 mil carros elétricos e híbridos, dos quais 2.079 neste ano, quase o dobro de 2016. O número representa 0,3% das vendas totais. Sozinho, o híbrido Toyota Prius, que custa R$ 120 mil, respondeu por quase 80% das vendas deste ano, com 1.635 unidades.

(Matéria atualizada às 7h17 do dia 19/10/2017 para atualização e acréscimo de informações)