A Casa da Mulher Brasileira, que funciona há três anos em Campo Grande, tem muito a comemorar. Pioneira no país, a instituição, que reúne os mais diversos serviços de enfrentamento à violência contra a mulher, já realizou 179.429 mil encaminhamentos para 34.631 mulheres no período.

No primeiro ano de funcionamento, foram 35.996 encaminhamentos realizados. Em 2017 os números saltaram para 71.024 encaminhamentos. Para o prefeito Marquinhos Trad, isso mostra a importância da Casa e como as mulheres vêm buscando cada vez mais ajuda.

DSC_0185“A violência sempre existiu, mas as mulheres tinham receio de buscar ajuda. Sempre houve diferença entre homens e mulheres em todos os segmentos em nosso país. Ficava em uma posição de humilhação, mas a partir do momento que sabe que tem resposta, que as punições têm sido maiores, tem mais vontade de buscar ajuda”, ressaltou.

Coordenadora da Casa da Mulher pelo Governo Federal, Tai Loschi salientou que essa mudança mostra que as mulheres já não aceitam a violência como antes.

“Quando inauguramos a Casa, as mulheres que chegavam à recepção ou vinham trazida por familiares, ou acompanhada pela própria Policia Militar, chegavam muito machucadas. Passou-se 2015, 2016 e vemos que agora uma ameaça a mulher já busca ajuda, porque a violência é um ciclo”, diz.

Ela conta ainda que a equipe da Casa da Mulher Brasileira é treinada, preparada para dar esse acolhimento. “Eles sabem como falar, como proceder, como acomodar essa mulher nesta tomada de decisão”, destaca.

Pioneira

DSC_0159Campo Grande foi a primeira capital a receber a Casa da Mulher Brasileira, conta Carla Stephanini, subsecretária de Políticas para as Mulheres. Segundo ela, o programa inovador é exemplo de integração das políticas públicas no enfrentamento na violência contra a mulher. “Essa é a grande contribuição que a Casa dá. Todos os serviços são ofertados 24 horas por dia, com um trabalho integrado com poder judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Delegacia de Atendimento à Mulher,  Fundação Municipal do Trabalho (que qualifica e encaminha para o mercado de trabalho) e Patrulha Maria da Penha (que faz o monitoramento das medidas protetivas)”, explica.

A Patrulha Maria da Penha nasceu, inclusive, junto com a Casa da Mulher Brasileira. “Inicialmente eram 15 guardas, hoje é quase o dobro. A partir da concessão da medida protetiva, a patrulha faz visitas na casa, acompanha por telefone, e quando há ocorrência, a patrulha vai de imediato e atende. São 24 horas com o sistema de plantão para atender exclusivamente essas questões da violência contra a mulher”, explica Valério Azambuja, secretário Especial de Segurança e Defesa Social.

DSC_0043A Casa

A Casa da Mulher Brasileira oferece os principais serviços especializados de atendimento às mulheres, visando um atendimento integral à mulher vítima de violência. A Semu é responsável pela gestão da Casa da Mulher Brasileira e em novembro de 2017 a Prefeitura recebeu, do Patrimônio Público da União, a transferência do imóvel da Casa.

A atual gestão, por meio da subsecretaria de Políticas para a Mulher, vem promovendo ações que visam o aprimoramento e a reestruturação dos serviços. Como prova do empenho, foi realizada a chamada de servidores concursados para integrar o quadro da Casa. Atualmente, do total de 232 servidores da Casa, 106, são da Prefeitura.

*Fotos de Diogo Gonçalves