A secretária municipal de Educação, Ilza Mateus, está em Brasília onde participa de um seminário internacional sobre os desafios e oportunidades para os anos finais do Ensino Fundamental e da 1ª Reunião da Gestão Ampliada da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), entidade da qual a secretária é vice-presidente da região Centro-Oeste.

Promovido pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria como Banco Mundial e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o seminário acontece até amanhã (28) e  reúne 150 profissionais e especialistas de diversas áreas da educação, além de entidades como a própria Undime. A proposta é debater soluções que podem ser adotadas para envolver os adolescentes nesta etapa escolar, de forma a evitar a evasão.

O encontro também vai abordar as políticas públicas que podem amenizar a transição dos anos finais do Ensino Fundamental para o Ensino Médio e como os sistemas educacionais podem garantir uma aprendizagem igualitária.  WhatsApp Image 2017-09-27 at 10.00.57-1

Serão realizadas rodadas de discussão onde os palestrantes poderão compartilhar resultados através de painéis e palestras, relatando experiências bem-sucedidas ou inovadoras para motivar os debates.

Na abertura do evento, as autoridades presentes foram unânimes em destacar a necessidade de dar mais atenção a esta fase do ensino, discutindo os currículos dos anos finais e investindo em políticas públicas.

Representante do Unicef, Florence Bauer afirmou que 2,8 milhões de crianças estão fora da escola e a maioria abandona os estudos nos anos finais do Ensino Fundamental, por isso a necessidade de mais investimentos no setor.

Da mesma opinião compartilha o presidente da Undime nacional, Alessio Costa Lima. “Existe um fosso entre os anos iniciais e o Ensino Médio. Precisamos de mais atenção para esta etapa”, disse.

Para a secretária Ilza Mateus, a discussão é oportuna e irá auxiliar o trabalho dos representantes e dirigentes, já que serão apresentadas experiências de sucesso implantadas em várias regiões do país e em outros países, como Portugal.

“É muito importante esta troca de saberes, pois vamos conhecer políticas que deram certo e que contribuem com o fortalecimento do Ensino Fundamental”, destacou a secretária.

O seminário ainda conta com a participação do ex-ministro da Educação de Portugal, Nuno Crato e Laurence Steinberg, professor de Psicologia da Universidade de Temple, um dos maiores especialistas em adolescência no mundo.

Também participaram da abertura, o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva e o presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), Frederico Amâncio.

Undime

A 1ª Reunião da Gestão Ampliada da Undime acontece até sexta-feira (29), sempre após a programação do seminário, e é o primeiro encontro reunindo representantes da entidade de todas as regiões do país, desde a eleição da secretária Ilza Mateus, ocorrida em agosto.

Entre os principais temas que serão debatidos está a Base Nacional Comum Curricular, o Programa Novo Mais Educação e o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic).

As equipes da Secretaria Municipal de Educação (Semed) elaboraram um parecer sobre alguns pontos da terceira e mais recente versão da Base Nacional e que será apresentado na reunião pela secretária. Um dos itens destacados pela BNCC aborda a questão da exclusividade de profissionais licenciados em Educação Física na Educação Infantil.

A secretária explica que nenhuma das versões do documento relativas ao currículo na Educação Infantil coloca a Educação Física como uma disciplina separada, o que ela e os técnicos da Semed consideram importante.

“Entendemos que os professores de Educação Física podem ser integrados na Educação Infantil das redes, com possibilidade de desenvolver um trabalho significativo com as crianças desta fase do ensino, tendo como eixo estruturante as interações e brincadeiras. Por isso acreditamos que, para atuar nesta etapa da educação, os professores necessitam ser licenciados”, destacou.

Outro ponto importante também analisado pelas equipes da Semed é quanto a alteração de temporalidade na alfabetização que, de acordo com a última versão da BNCC, deve ter como foco os dois primeiros anos do Ensino Fundamental.

No entanto, com base na lei nº 13.005/2014, do Plano Nacional de Educação em vigor, a alfabetização das crianças deve ocorrer, no máximo, até o final do terceiro ano do Ensino Fundamental.

“As últimas políticas educacionais, como o Pnaic, têm respeitado esse tempo. É um compromisso formal assumido pelos governos federal, dos estados e municípios, com o objetivo de assegurar a plena alfabetização de todas as crianças até os oito anos de idade”, ressaltou a secretária de Educação de Campo Grande.