Combater a discriminação e as desigualdades sociais é uma tarefa difícil e que só pode ser vencida com educação. Desconstruir um pensamente e mostrar realidades diferentes foi o objetivo do evento “Diversidade em ação: múltiplos olhares”, que a Divisão de Educação e Diversidade da Semed (Secretaria Municipal de Educação) realizou nesta quinta-feira (31), no Centro de Formação da Semed.

Voltado aos profissionais da Educação que atuam nas unidades da Rede Municipal, o evento que encerrou o calendário de atividades alusivas aos 118 anos de Campo Grande da Semed levou ao público a palestra “Diversidade e diferença étnica: desafios para uma pedagogia intercultural”, ministrada pela professora Valéria Aparecida Calderoni, doutora em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco.

Foto: Geronimo Interlandi
Foto: Geronimo Interlandi

Atuando também na Rede Municipal de Ensino (Reme), a professora tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Escolar Indígena. Para ela, a importância de se debater sobre o tema está no fato de Campo Grande ter a segunda população indígena do país e eles estarem presentes nos contextos urbanos e consequentemente nas escolas.

“É muito pertinente esse momento porque o Conselho Nacional de Educação está discutindo a implantação e os impactos da lei 11.645 e 10.639 na Base Nacional Curricular. E a Prefeitura proporcionar esse momento de discussão da aplicabilidade dessas leis é muito importante, porque trata-se de uma discussão sobre como implantar nos currículos escolares a cultura e a história dos povos indígenas e africanos”, salientou.

A palestra faz parte do “Programa Educação em Foco: Múltiplas Dimensões da Formação Continuada” e tem o propósito de fomentar discussões que promovam a desconstrução de práticas e discursos racistas e sexistas, além de incentivar entre os alunos a reflexão sobre a importância de desconstruir estereótipos e conceitos, que dão invisibilidade aos indígenas e afrodescendentes.

O prefeito Marquinhos Trad lembrou que somos um povo misturado e é preciso combater esses estereótipos. “Se a gente andar só ali pelo centro da cidade temos vários exemplos de culturas diferentes, na gastronomia, por exemplo temos o quibe e a esfiha da cultura libanesa, um pouco mais adiante temos a chipa paraguaia, a saltenha boliviana, o sobá da família okinawa, onde você for somos uma mistura de todos os povos e todos os lugares da nossa cidade”, afirmou.

Por isso a palestra se faz tão necessária ao auxiliar os profissionais no sentido de estabelecer ações que combatam a discriminação e as desigualdades sociais, culturais, políticas, econômicas e intelectuais de cada povo.

“Esse evento é muito importante para que possamos refletir sobre as injustiças, sobre discriminações e para apoiar os movimentos sociais que lutam, muitas vezes, praticamente sozinhos para diminuir a discriminação, a injustiça e a desigualdade, mas nós da Educação estamos todos juntos nessa luta”, finalizou a secretária municipal de Educação, Ilza Mateus.