O Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental dos Mananciais do Córrego Guariroba (APA Guariroba) se reuniu juntamente com representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), produtores rurais, pesquisadores e entidades com o objetivo de apresentar dados com relação à recuperação e preservação da Bacia do Guariroba a partir de ações implementadas na região.

O secretário municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana, José Marcos da Fonseca, acompanhou a reunião e enfatizou os esforços da administração municipal em oferecer todo o suporte necessário para a continuidade das ações. “A Prefeitura de Campo Grande oferece o suporte para que ocorra o PMV e temos o total interesse em manter o Programa. Buscamos formas para que ocorra uma maior assiduidade dos proprietários para a efetivação das ações e, inclusive, nossa gestão conseguiu colocar em dia os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) repassados aos produtores. E destacamos que temos mais de um milhão de reais de saldo para serem investidos em 2018. Assim, os resultados positivos apresentados demonstram que estamos alcançando o objetivo de preservar a Bacia do Guariroba”.

Durante a reunião foram apresentadas técnicas para a restauração ecológica nas propriedades que estão na Bacia, pela professora do mestrado em Produção e Gestão Agroindustrial da Uniderp, Silvia Rahe Pereirada, que demonstrou as opções das melhores técnicas a serem implementadas. “Após analisar quais fatores são responsáveis pela degradação, baseado no diagnóstico específico da área é que será escolhida a melhor técnica para restauração”, explicou.

Assim, foram apresentados os estudos de monitoramento da água na Bacia com relação à Chuva – Vazão – Sedimentos, entre 2011 a 2017, pelo professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e coordenador do Grupo de Hidrologia, Erosão e Sedimentos, Teodorico Alves Sobrinho. “É evidente a tendência de melhoria na qualidade e quantidade de água na Bacia do Guariroba. Desta forma, é importantíssimo termos 100% de adesão dos proprietários de áreas da região. Hoje, temos uma média de 6m³ por segundo de vazão de água, variando entre 4,5m³ a 9m³, isso é um dado importante com relação ao volume de água que chega ao reservatório para o abastecimento da cidade”, afirmou o professor.

O presidente do Conselho Gestor APA Guariroba, Marcos Andrey Alves Meira, destacou o trabalhos que estão sendo desempenhados desde 2010 a partir do Programa Manancial Vivo (PMV) implementado pela Prefeitura, abordou sobre os incentivos aos produtores e ressaltou que 100% das Áreas de Preservação Permanente (APP) da região estão hoje cercadas. “Estamos reunidos para demonstrar a importância da recuperação e preservação da Bacia do Guariroba, onde por meio do PMV, juntamente com apoio de demais órgãos e a conscientização e adesão dos produtores rurais na execução de boas práticas agropecuárias estamos conseguindo recuperar as áreas que antes eram degradadas, recompor e preservar as matas ciliares, readequar as estradas vicinais da região, adequar as propriedades, entre outras ações, que resultam numa maior quantidade e qualidade de água produzida na Bacia, importante manancial de abastecimento para a população do município. Os produtores da região que atuam em diversas áreas passam também a preservar a região e se tornam produtores de água” .

O presidente da Associação de Recuperação, Conservação e Preservação da Bacia do Guariroba (ARCP Guariroba), Claudinei Menezes Pecoes, enaltece os esforços para o desenvolvimento das ações de preservação e vislumbra resultados ainda mais expressivos. “Desde de 2010 muitas áreas estão sendo reflorestadas, os produtores estão tendo apoio para que sejam realizadas as ações de manejo adequado nas propriedades. Estamos esperançosos de regenerar pelo menos 200 hectares nos próximos 10 anos. Tínhamos pouca ajuda e apoio dos órgãos fiscalizadores e agora temos orientações e até incentivos. Mudou muito a realidade, sabemos que é preciso preservar para manter a qualidade da água e assim sermos também produtores de água, o que irá refletir em toda população no barateamento dos custos com o tratamento da água que abastece o município”.