Com a retirada de 18 mil metros cúbicos de material (4 mil metros acima do previsto inicialmente), o cenário no lago menor do Parque das Nações Indígenas é bem diferente do que havia há duas semanas, quando a Prefeitura iniciou o desassoreamento. Onde antes só havia uma massa uniforme de areia, se vislumbra a passagem  das águas do córregos Prosa,  que neste ponto é engrossada pelas águas do Reveillon , córrego afluente.

7Z2A1167 (Copy)Nesta terça-feira (25), equipes da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos iniciaram a preparação do lago maior, que se espalha por 5 hectares, para começar na quarta-feira (26) o trabalho de remoção de estimados 130 mil metros cúbicos, operação que deve demorar 90 dias, mobilizando 8 retroescavadeiras e 30 caminhões, exigindo aproximadamente 13 mil viagens até os locais de descarte.

Segundo o superintendente da Sisep, Medhi Taleyv, em conjunto com o Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul),  toda a área de intervenção foi cercada de tapumes  e nesta quarta-feira será feito o chamado “corta-rio”,  abertura de valeta para desviar a correnteza dos bancos de areia que serão retirados.

As entradas em torno do lago maior serão fechadas. Será permitido o acesso temporário pelas entradas Nhandeva (próxima ao Museu das Culturas Dom Bosco), Guarani (perto da Fundação de Turismo) e Terena (próxima a quadra de areia). Tapumes foram colocados na pista de caminhada que dá acesso aos locais.

A diretora de Desenvolvimento do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Thais Caramori, explicou que a interdição parcial do Parque das Nações Indígenas será por causa do grande fluxo de máquinas na região e ocorrerá durante o período de realização da obra. “É importante que a população respeite a interdição e não entre na área delimitada. Caso não ocorra a colaboração das pessoas, teremos que interditar todo o Parque”, disse.

7Z2A1202 (Copy)O desassoreamento e recuperação dos lagos de contenção do Parque das Nações Indígenas será realizado através de convênio entre Governo do Estado e Prefeitura de Campo Grande, com o repasse de R$ 1,5 milhão – recursos do Imasul, oriundos de compensação ambiental.

Será construído um piscinão no Córrego Reveillon, na esquina das avenidas Mato Grosso com Hiroshima; controle de erosão e recomposição vegetal das margens do Córrego Joaquim Português; e implantação de uma comporta de regulação do nível do lago, tão logo o desassoreamento esteja concluído.

Para evitar que o lago volte a ficar assoreado, com o carreamento de areia junto com a enxurrada que desce dos bairros do entorno do Parque dos Poderes, serão executados dois projetos, nos córregos  Reveillon e Joaquim   Português, cujas águas formam o lago. No Reveillon, será implantado um piscinão, inicialmente projetado para armazenagem de 22 mil metros cúbicos de água.

No Joaquim Português, o Governo do Estado vai executar obras de controle de erosão e replantio da vegetação nas margens. Os projetos já estão sendo contratados e a licitações devem ocorrer até dezembro de 2019.

Com as intervenções programadas, além de recuperar um cartão postal da Capital, os lagos terão um papel importante no controle de enchentes de afluentes do Córrego Prosa, que em dias de chuva mais intensa, transbordam na região do Shopping Campo Grande.  Eles terão capacidade para armazenar 65 mil metros cúbicos de água, o equivalente a três vezes a capacidade do piscinão que será construído nos altos da Avenida Mato Grosso.