Buscando ampliar e facilitar o acesso à testagem, durante todo o mês de outubro, o Serviço de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/AIDS) da Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) irá promover uma série de ações nos quartéis do Exército Brasiliero Militar de Campo Grande, com o objetivo de atingir o público jovem, em especial a faixa etária entre 20 e 49. O terceiro sábado de outubro é o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita. A data e o mês são importantes para alertar a população sobre os riscos de contaminação e as formas de prevenção.

O lançamento das ações nos quartéis e estabelecimentos militares de Campo Grande acontece na quinta-feira, dia 03, no Hospital Geral Militar (GH). Até o dia 22 de outubro, às ações para o Comando Militar do Oeste (CMO), 20º Regimento de Cavalaria Blindada, 9º Grupamento Logístico, 14º Cia de Polícia do Exército e Colégio Militar de Campo Grande atingindo um público-alvo estimado de 1.349 pessoas.

Tia Eva

No dia 05 de outubro, sábado, a equipe de IST estará na comunidade quilombola Tia Eva realizando testagem e aconselhamento.

Dia D

No dia 19 de outubro (terceiro sábado) será realizado o Dia D de mobilização, prevenção e testagem, na praça Ary Coelho, Centro de Campo Grande.

O teste rápido disponível nas UBS/UBSF são exames confirmatórios da doença e que podem ser realizados por pessoas de todas as idades. O tratamento, também é realizado nestes locais, não havendo necessidade de encaminhamento para local específico.

Doença

A sífilis tem cura e é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e transmitida de uma pessoa infectada para outra durante o sexo desprotegido, através da transfusão de sangue e da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou no parto. A doença pode se manifestar em três estágios e os maiores sintomas ocorrem durante as duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintomas, e, por isso, dá-se a falsa impressão de cura da doença.

Sintomas
Entre 7 a 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado surgem os primeiros sintomas que são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços (ínguas) nas virilhas. Elas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz, todavia, a pessoa continua doente e transmitindo a doença em relações sexuais desprotegidas.

Algum tempo após o período inicial da doença, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e quedas dos cabelos. Esses sintomas também desaparecem, dando a ideia de melhora. Entretanto a doença pode fica estacionada por meses ou anos, até que surgem as complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar a morte.

Quando não há evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial. Mas, como o exame busca por anticorpos contra a bactéria, só pode ser feito trinta dias após o contágio.

Diagnóstico
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a doença na forma congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O exame está disponível para a população em geral em todas as unidades básicas de saúde (UBS) e de saúde da família (UBSF) e são realizados pelos enfermeiros.

Durante a gestação o teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.

Casos
De janeiro a setembro de 2019 foram notificados 1076 casos da sífilis adquirida em Campo Grande. Sífilis adquirida são os casos da doença diagnosticada em homens e mulheres (não gestantes) da população em geral.

Em gestantes foram registrados 387 casos. Já o caso da sífilis congênita, que é transmitida da mãe para o bebê foram 88 casos notificados até agora.

Tratamento
Após o diagnóstico da sífilis, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e é recomendado pelo profissional de saúde. Os parceiros das gestantes também precisam fazer o teste e ser tratados, para evitar uma nova infecção da mulher. No caso das gestantes, é muito importante que o tratamento seja feito, pois é o único método capaz de tratar a mãe e o bebê. Nos casos de sífilis em bebê, a criança necessita ficar internada para tratamento por 10 dias. O parceiro também deverá receber tratamento para evitar a reinfecção da gestante e a internação do bebê.