Mais do que passar orientações sobre cuidados com a pele e maquiagem, a oficina de beleza ministrada pela atriz e bailarina Ariane Magri, que nesta sexta-feira (23) visitou duas escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme) contribuiu para quebrar a timidez e elevar a autoestima de muitas alunas que participaram do curso.

Munidas de estojos de maquiagem, pincéis e muita curiosidade, as alunas do 9º ano da escola “Elízio Ramirez Vieira”, a primeira a ser visitada por Ariane, acompanharam atentas as dicas para criar um visual leve, adequado à idade delas. Enquanto observada em um quadro o passo-a-passo da maquiagem, o grupo de pelo menos 30 alunas se dividiu em pequenas turmas. No início tímidas, as meninas apenas prestavam atenção nas DSC_6690explicações, até que a interação de Ariane as encarojou a realizarem a atividade.

Para a aluna Giane Leal Crisóstemo, que serviu de modelo para a turma, a oficina ministrada por Ariane contribui com a valorização da imagem das garotas. “Adorei a visita porque eu mesma sou um pouco tímida, mas sonho com a carreira artística e conversar com ela deixa agente animada”, disse.

Já a aluna Jaqueline Gimenez não tem pretensão de subir aos palcos, mas conta que adorou as dicas de maquiagem, pois sempre auxilia as amigas a se produzirem. “Não sei se gostaria de ser maquiadora profissional, mas gosto de aprender sobre o assunto e aprendi muito a trabalhar com as sombras”, disse.

Na opinião de Jaqueline, ver uma profissional do meio televisivo tão próxima, incentiva os adolescentes que se sentem excluídos. “A autoestima é algo muito sério e com a ajuda dela acho que as meninas se sentiram mais independentes”, ressaltou.

Após a aula de maquiagem, a bailarina, que é formada em Educação Física, foi ao palco da escola e reuniu os mil alunos em uma aula de dança, onde trabalhou a coordenação motora.

De acordo com a diretora da escola, Maria Neuza dos Santos, a visita de Ariane Magri enriqueceu o currículo pedagógico da equipe. “Buscamos elevar a autoestima da comunidade e de nossos alunos com atividades variadas e ter uma artista tão próxima deles mostra que é possível atingir seus objetivos, não importa de qual meio social você venha, basta ter um objetivo. Ela também é de família humilde e as crianças se identificaram com ela”, afirmou a diretora.

DSC_6910Na escola “Luiz Cavalon”, segunda unidade visitada pela bailarina, a aula foi apenas de dança, mas foi o suficiente para levar uma experiência de inclusão aos alunos dos anos iniciais.

Inclusão

Acompanhando todos os passos da aula, a aluna Beatriz Nunes, de 15 anos, que tem paralisia cerebral fez questão de ficar à frente dos colegas e mostrar interação. A professora auxiliar, Lenilda Fonseca, que acompanha Beatriz na sala, conta que ela gosta de participar de todas as atividades. “Eu expliquei quem era Ariane e ela pediu para participar da aula. A Bia não tem nada de tímida, mas essas ações ajudam a reforçar o respeito e a importância da inclusão”, pontuou.

Emocionada com a participação de Beatriz, Ariane explicou que sempre desenvolve as aulas no meio dos alunos, para garantir a inclusão de todos. “Eles vêem que são tão capazes como os demais colegas, afinal somos um só. Todos nós somos especiais”, ressaltou.

A troca de experiências é, na opinião de Ariane, o maior ganho das oficinas que ministra através de trabalhos sociais. Ela conta que realiza as ações desde os 15 anos, sempre batalhando a carreira artística. “Nessas visitas procuro compartilhar um pouco do que aprendi e aproximá-los do universo da televisão. Quero mostrar que todos nós podemos chegar onde quisermos”, disse.

Para ela, a proximidade com realidades diferentes é importante para o artista ver que existe um mondo além dos holofotes. “Se você não tomar cuidado, pode se contaminar pela vaidade. Temos sempre que lembrar de nossas raízes”, concluiu.