O canteiro de obras que vai dar suporte para a construção das 136 casas dos moradores do Bom Retiro já está sendo erguido. No galpão haverá espaço de convivência, refeitório, banheiros masculinos e femininos com duchas, lavabos, almoxarifado e escritório da Engenharia. O espaço é motivo de comemoração para os moradores, pois representa a concretização do sonho de ver a casa própria ser construída.

Foto: Diogo Gonçalves
Foto: Diogo Gonçalves

Para a moradora Mirian Salviano dos Santos, 45 anos, que se formou em azulejista e pedreira na formação oferecida pela Fundação Municipal do Trabalho, o sonho começa a acontecer. “Eu não tinha profissão. Agora tenho a oportunidade de construir a minha casa e a dos meus amigos e ter uma capacitação. Com esse galpão a gente começa a ver as coisas acontecerem. Estou muito feliz, porque estou vendo meu sonho começando a se realizar”, disse.

Também moradora e colega de profissão, Rosilene Horácio de Castro, 45 anos, disse que além da casa, agora poderá ter um trabalho formal. “Eu era catadora de reciclagem, mas é algo muito incerto. Não vejo com uma profissão. Agora tenho a oportunidade de ter uma carteira assinada. Depois de construir minha casa e a dos meus amigos, trabalhar em uma firma e me aposentar. Vou ser alguém na vida. Estou muito feliz”, afirmou.

Já Luiz Alberto Guimarães, 34 anos, que se formou em carpinteiro e pintor, que ser autônomo. “Eu não tinha profissão e agora vejo a possibilidade trabalhar pra mim mesmo. O que Deus me der. Estamos muito felizes e ver aqui as coisas acontecerem, ter uma casa pra gente é bom demais da conta”, disse.

IMG_9780Para o prefeito, o mais importante é cumprir o compromisso com as famílias e poder dar oportunidade a todos de mudarem de vida. “Fizemos um compromisso com a população de Campo Grande de dar dignidade a todas essas famílias. Hoje, depois de um ano e três meses de gestão, estamos aqui no Bom Retiro, onde todos essas pessoas foram contratadas pela própria Prefeitura e foram capacitadas profissionalmente para edificarem suas casas”, comemorou.

Os ex-moradores da Cidade de Deus passaram por um ano de capacitação, recebendo um salário mínimo e uma cesta básica da Prefeitura. No curso, realizado pela Fundação Social do Trabalho, eles foram treinados para a função de pedreiro, eletricista, marceneiro, azulejista e pintor e agora poderão construir suas casas, no sistema de mutirão.

Para o diretor-presidente da Funsat, Cleiton Franco, a sensação do projeto se concretizar é de muita felicidade. “Você pegar algo que estava totalmente parado. Essas pessoas estavam totalmente desassistidas pela sociedade, por todos, e o prefeito nos incumbiu a missão de fazer essas casas, de acabar com essas favelas, e a Emha, em parceria com a Funsat, trabalhar para isso acontecer é maravilhoso”, afirmou.

Foto: Diogo Gonçalves
Foto: Diogo Gonçalves

A Funsat ficou responsável pelo pagamento, por meio do Programa de Inclusão Profissional, e pela capacitação dos trabalhadores. Já a Agência Municipal de Habitação (EMHA) fez a readequação dos projetos, possibilitando a parceria com o Governo do Estado, que financiou a compra dos materiais, com custo de R$ 4,9 milhões.

O diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação, Eneas José de Carvalho, ressaltou a importância de ter concluído o projeto, que estava parado, sem expectativa de término. “De algo que não tinha solução, sem qualquer perspectiva de atendimento para essas famílias, um ano depois a gente consegue ver algo correto, certo, com as famílias sendo atendidas com as equipes da Agência Municipal de Habitação acompanhando, os engenheiros e arquitetos, e vislumbrando que com a maior brevidade possível, essas casas sejam finalizadas para essas famílias”, finalizou.