A Prefeitura dá mais um passo na efetivação das políticas públicas voltadas à população em situação de rua de Campo Grande, com a implantação do Programa de Ação Integrada e Continuada (PAIC), na região do prédio da antiga rodoviária da Capital, no Bairro Amambaí.

A vice-prefeita Adriane Lopes e o secretário de Governo e Relações Institucionais, Antônio Cezar Lacerda, apresentaram, nesta manhã, o novo @12programa que será executado pelo Comitê Pop-Rua e vai trabalhar medidas de cidadania, saúde e toda a garantia dos direitos para essa parcela da população.

Coordenado pela Segov, por meio da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos e da Coordenadoria de Proteção a População em Situação de Rua e Política Anti Drogas, em parceria com a Secretaria de Assistência Social (SAS), o PAIC envolverá toda a rede, que é constituída pelo poder público e entidades civis podendo assim dar mais uma chance a quem muitas das vezes está excluído da sociedade.

Durante o evento a vice-prefeita Adriane Lopes lamentou a inércia do poder público em todas as suas esferas, cuja busca de solução para resolver essa questão de acolhimento para essas pessoas ainda se esbarra na dúvida de quem é a responsabilidade.

“Toda vez que se pergunta de quem é a responsabilidade sobre essas pessoas a gente esbarra na dúvida se é a saúde, educação, assistência social, segurança ou outra política pública. Infelizmente, ainda é realidade a falta de uma solução para o acolhimento eficiente dessas pessoas que estão nas ruas e são viciadas e usuárias de drogas ou álcool. Buscamos referências em todo o país para saber quais medidas já existem nesta questão e infelizmente não conseguimos encontrar, pois ainda se discute de quem é a responsabilidade”, alertou a vice-prefeita, destacando a iniciativa pioneira de Campo Grande, que dentro do programa Campo Grande Acolhedora começa a agir como neste programa lançado hoje, o PAIC.

“Campo Grande será referência nacional, já que ainda muito se discute, mas até hoje ninguém agiu para resolver o problema. Mas, agora em nossa cidade a realidade em um curto espaço de tempo será outra, pois a atual administração saiu da teoria e estamos agindo. Reunimos todas as políticas públicas municipais e vamos resgatar a dignidade dessa pessoas e, juntos, escrever uma nova história para muitas dessas pessoas que há décadas estão nas ruas aguardando o amparo na prática do poder público”, assegurou Adriane.

@7O secretário de Governo, Antônio Lacerda, fez questão de destacar que as medidas que começam a ser executadas na Capital refletem o perfil e o compromisso do prefeito Marquinhos Trad, que em sua trajetória de vida sempre esteve perto dos grupos mais esquecidos pela sociedade.

“Falar de pessoas e na garantia de seus direitos como humanos é falar da célula mais importante em nossa sociedade: o indivíduo. O prefeito se faz presente na realidade dessas pessoas que na maioria das vezes são ‘invisíveis’ para a sociedade, mas que ele enxerga e agora deu toda a liberdade para que a sua equipe desenvolva ações para transformar essa realidade. Essas pessoas que hoje estão no entorno desse prédio vivem em situações bastante delicadas, mas terão a chance de retornarem para o ceio da sociedade com a cabeça erguida, pois agora existe uma administração que as enxerga e esse programa que aqui começa, certamente vai refletir neste novo momento”, disse Lacerda.

O subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos (SDHU), Ademar Vieira, enalteceu o trabalho das equipes de todas as secretarias envolvidas neste @4projeto. “Essa iniciativa mostra o compromisso da atual gestão em proteger aqueles que estão em estado de vulnerabilidade social. O ser humano quer sim se recuperar, mas não encontra a mão estendida para conseguir sair dessa situação. Pela primeira vez, todos os setores da prefeitura se unem por um propósito neste sentido e agora podemos ter a certeza de que haverá solução e cada servidor e funcionário envolvido neste projeto será o responsável por resgatar essas vidas. Essas pessoas que hoje estão nas ruas não são casos perdidos. Elas podem sair dessa, mas precisa dessa mão que hoje a prefeitura está estendendo. Da mesma forma que elas entraram por esse caminho do vício que as mantém nas ruas, elas encontrarão a estrada para sair”, observou.

A administradora do prédio da antiga rodoviária, Rosane Nely de Lima, falou do sentimento não apenas dos comerciantes do condomínio, mas IMG_8396também dos moradores da região, que há anos esperam a atitude do poder público para amparar essas pessoas que vivem abandonadas em situação de vício na região. “Hoje é um dia muito feliz para todos nós, que estamos presenciando a atitude da administração municipal. Por todos esses anos que buscamos os gestores para ajudar a resolver essa questão, era essa a atitude que esperávamos. Nunca tivemos a intenção de transferir o problema, retirando essas pessoas daqui e jogando para outro bairro resolver. Mas queríamos ações concretas como essas equipes que se uniram para acompanhar mais de perto essa situação”, comemorou.

O titular da SAS, José Mário Antunes, explicou que a intenção é acolher essas pessoas e fazer os devidos encaminhamentos, numa abordagem insistente até que se rompa a resistência que na maioria das vezes existe por parte das pessoas usuárias de substâncias como drogas ou álcool. “É preciso ter um olhar especial para elas. Sabemos que as equipes fazem a abordagem e que na maioria das vezes essas pessoas se recusam @3a saíram da situação na qual se encontram pois não têm forças para saírem sozinhas desse universo. Estaremos presentes de maneira mais profunda, agora com a ajuda das demais secretarias e também da sociedade civil organizada, para envolver essas pessoas e conseguir despertar em cada uma essa vontade de mudar”, justificou José Mário.

O Programa de Ação Integrada e Continuada (PAIC) faz parte do programa Campo Grande Acolhedora, abrirá chamamento público para apoiar as comunidades terapêuticas da Capital que se habilitarem a receber as pessoas em situação de rua e que são dependentes químicos. Os encaminhamentos serão feitos pelas equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), que desde a década de 90 realiza busca ativa que identifique a incidência de pessoas em situação de rua, dentre outras.

Através de uma política intersetorial, o programa busca envolver todas as secretarias e autarquias públicas da Capital, para articular uma rede de proteção e cuidado para pessoas e famílias vulneráveis.

Entre as ações já existentes voltadas para o acolhimento das pessoas em situação de rua, além da abordagem do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), a SAS – que atua diuturnamente nas ruas de Campo Grande e encaminha as pessoas acolhidas para o Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua – Cetremi e para o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua – Centro Pop – lançou recentemente a campanha “Onde a esmola acaba, o direito começa – Não dê esmola”, que busca incentivar as pessoas a não darem esmolas, já que tal atitude colabora para a permanência das pessoas nas ruas e cria a ilusão de que é possível viver da mendicância.

O evento desta manhã, que aconteceu no interior do prédio da antiga rodoviária, contou com a presença do secretário municipal de Saúde Marcelo Vilela, da subscretária de Políticas para a Mulher Carla Stephanini, os vereadores Enfermeira Cida, Wilson Sami e Valdir Gomes, além de representantes da OAB e dos Correios.